“Ah, que bom você chegou, bem-vindo a Salvador, coração do Brasil” é inegavelmente a eterna música do carnaval da capital baiana, entoada em todas as esquinas, a música remete a um carnaval saudosista que não pode ser mais vivenciado em sua totalidade.
O seu circuito tradicional morreu, passou a ser o segundo escalão da festa... esquecido, renegado, triste... não existe mais alegria na Avenida Sete, ou na Carlos Gomes... as praças foram cercadas e as fachadas velhas e mal cuidadas dos antigos prédios dão o “tom” fúnebre do circuito, até a praça do poeta, famosa por seus encontros memoráveis foi esquecida e renegada.
Qual o problema? Lá é apertado... os ricos não podem ter seus camarotes de luxo, as emissoras de televisão migraram para a Barra e os grandes artistas seguiram o vento... aqui fica a prova que o carnaval nunca foi de quem o construiu e lhe deu fama, o povo, o folião, a pipoca.
Assim, o circuito dos blocos alternativos... a Barra/Ondina passou a ser a casa dos grandes blocos, que chegaram, invadiram e acreditem, abafaram até com os antigos donos das festas... Esse sim é um circuito que vale a pena... são centenas de camarotes caros, com shows exclusivos e com artistas mendigando atenção... alguns nem mais olham para a pipoca.... seguem com os olhares nos camarotes. Ou temos aqueles, como Bel Marques que se encantam com as câmeras de TV, e vão lá... apenas do lado em que podem ser filmados!
Lá estão, espelhadas pelo circuito os estúdios das emissoras: Globo, SBT, BAND, TVE... sem falar nas rádios, emissores da internet e as famosa coreografias do FitDance, e aqui vale a pena pontuar... impossíveis de se repetir no asfalto, onde cada centímetro e amplamente disputado.
Sim, a Barra/Ondina lotou... um circuito menor não comportou a migração dos foliões da Avenida, ansiosos por pular o seu carnaval. Essa invasão fica pior com o excesso de vendedores ambulantes que além de criarem verdadeiros paredões com os seus isopores, invadem o meio da folia... e toda isopor na cabeça. Ficou impossível migrar do passeio para o asfalto... ou vive versa... e quando o bicho pegava... eram os ambulantes que empurravam a multidão para proteger o seu ganha pão. Haaa não quero nem falar dos vendedores de queijo coalho com os seus braseiros, queimando as penas dos foliões... absurdo maior, não se pode ter.
A festa é popular... mas a bebida é patrocinada... o seu direito de escolha, de livre concorrência lá não existe não... e o ambulante que PAGOU para trabalhar e OBRIGADO a vender a cerveja oficial... COMO ASSIM?
E vamos falar dos trios sem corda? Isso aqueles que o Governo do Estado e a Prefeitura tanto se orgulham... não é de graça não.... é pago com os seus impostos... pois os artistas que lá estão, não são bonzinhos não... ganham e ganham muito bem. Contratados e sem compromissos resolvem fazer destes dias o dia da enrolação... quer prova... siga Daniella, Ivete e Bell... a diferença é absurda...
Enfim... o problema do carnaval não são os ambulantes, o policiamento, a pipoca, os circuitos... são os artistas, que na maior festa popular do mundo só pensam em suas contas bancárias e como podem sugar mais da festa que o fizerem ser alguém na vida.
PS: Carnaval é AXE... que o forró, pagode, funk, sertanejo procurem as suas festas.... e deixem espaço para as batidas dos tambores, o agogô e a guitarra baiana!
Enfim... o problema do carnaval não são os ambulantes, o policiamento, a pipoca, os circuitos... são os artistas, que na maior festa popular do mundo só pensam em suas contas bancárias e como podem sugar mais da festa que o fizerem ser alguém na vida.
PS: Carnaval é AXE... que o forró, pagode, funk, sertanejo procurem as suas festas.... e deixem espaço para as batidas dos tambores, o agogô e a guitarra baiana!