23 de julho de 2012

A história de Raí que não nos contaram–Por Elder Dias - @elderdias

Depois de pendurar as chuteiras, ao contrário de outros famosos, o craque fez e faz muito pelo social. Mas foi lembrado agora só por causa de sua sexualidade

Hipocrisia da mídia e das redes sociais: Raí tem um belo
projeto social com crianças, chamado Gol de Letra (foto
abaixo). Mas vira notícia por suposto caso com Zeca Camargo

Raí com certeza está na galeria dos maiores jogadores da história recente do futebol brasileiro. Não foi um gênio da bola, nem perto do que foi  Pelé, Zico ou mesmo de seu contemporâneo Romário ou seu irmão mais velho, Sócrates — aliás o ex-craque do São Paulo foi salvo pela mãe de se chamar Xenofonte: o pai, Raimundo, fã dos gregos clássicos, já havia batizado outros dois filhos como Sófocles e Sóstenes.

No futebol e nas relações pessoais, Raí Souza Vieira de Oliveira sempre primou pela elegância. Jogava o fino da bola nos gramados e era um gentleman fora deles. No fim da carreira, Raí resolveu "curtir a vida": com o amigo e também jogador Leonardo, idealizou e criou em 1998 a Fundação Gol de Letra, que assiste mais de 1,2 mil crianças em suas duas sedes — Vila Albertina, em São Paulo, e no bairro do Caju, no Rio de Janeiro.

A entidade filantrópica foi resultado de sua experiência na França, onde jogou de 1993 a 1998, tornando-se ídolo no Paris Saint-Germain. Lá, percebeu que sua filha estudava na mesma escola que a de sua empregada. Achou aquilo bem justo e bem oposto ao que ocorria e ocorre em sua terra natal. Hoje, a Gol de Letra é considerada uma instituição referência pela Unesco, o braço social da ONU para as crianças em situação de vulnerabilidade.

Em 2006, ele novamente saiu à frente de outros colegas famosos do esporte: nasceu a Atletas Pela Cidadania, uma organização sem fins lucrativos que reúne atletas e ex-atletas de diferentes épocas e várias modalidades para usar seu prestígio na mobilização por causas sociais importantes para o Brasil. A entidade apoiou a Lei do Aprendiz e investe seus esforços principalmente em oportunidades para a juventude. Monitorando a execução de políticas públicas, pressiona o governo para o cumprimento de ações concretas em prol do desenvolvimento do País. Preocupa-se com o apoio a pesquisas e debates de relevância para o futuro nacional.

Raí nunca se envolveu em escândalos e farras. Nem como atleta nem como ex-atleta. Foi pai aos 17 anos e avô aos 34 — sua neta, hoje, tem já 13 anos. Casou-se duas vezes, a última com a chef Daniela Dahoui, de quem se separou há dois anos. Tem, ao que parece, uma ótima relação com as ex-mulheres e a família em geral.

Alguns meses atrás, soube-se de um suposto envolvimento entre o jornalista Zeca Camargo e o ex-jogador Raí. Boatos, nada mais do que boatos, como aquele que espalha que Jô Soares é gay, ou o que coloca a cantora Paula Fernandes em casos amoroso com políticos, ou, ainda, o que conta um pacto com o "coisa ruim" feito por Xuxa para chegar ao sucesso. É a vingança daqueles que não chegaram à fama e se incomodam, de alguma forma, com o fato.
No último fim de semana, os boatos sobre um caso entre Raí e Zeca se agravaram e chegaram ao ápice nas redes (de intrigas) sociais durante o "Fantástico", programa do qual o jornalista é apresentador.

Dizem que o global é gay. Dizem que ambos têm sido vistos juntos muitas vezes ultimamente. Não sei.

O que sei é que temos nós, raça humana, uma atração sedutoramente mórbida por aquilo que o outro (ou a outra) faz entre as quatro paredes. Engraçado: culpa-se a religião, especialmente a dos cristãos, por se ater ao pecado sexual. Mas, nos dizendo "laicos" ou "agnósticos", não conseguimos deixar de querer saber o procedimento de outras pessoas  em questões íntimas. Estranho, não? Freud explica. Explica?

O que não se explica — ou, pelo contrário, talvez explique muita coisa — é não darmos pelo menos o mesmo peso às outras facetas da mesma pessoa. No futuro, o que se saberá mais de Raí? O que fez pelas milhares de crianças do Gol de Letra? Ou o que ele supostamente fez — ou não fez, já que ninguém que espalha boatos esteve realmente lá para contar — na cama com mulheres e homens?

O cara salva milhares de crianças de uma vida marginal, mas fica marcado por gostar de alguém do mesmo sexo. Somos mesmo uma raça ruim.

Me indicaram esta leitura, e eu tomei a ousadia de compartilhar com vocês por concordar plenamente com a opinião do Elder Dias. Fonte: Jornal Opção (Clique Aqui)

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