31 de dezembro de 2011

As piores atrações da televisão em 2011: uma retrospectiva

E Mauricio Stycer continua com sua metralhadora com a sua primeira parte Top 20 com os piores do ano:

1. Insensato Coração: A novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares foi, para mim, a decepção do ano. Deslocada no tempo, a trama chegou a dar a impressão de ser uma homenagem a “Vale Tudo”, mas era falta de imaginação mesmo. Personagens mal construídos e vilões “psicopatas”, agindo sem motivo algum, deram o tom. Na pressa de terminar uma novela mal dirigida, o último capítulo exibiuuma série grave de erros.

2. Amor e Revolução: Campeão de reprises de novelas mexicanas, o SBT investiu em 2011 numa produção que prometia muito, ambientada nos tempos da ditadura militar brasileira, mas deu tudo errado. Filha de Silvio Santos e diretora-geral da emissora, Daniela Beyruti chamou a novela de “Love and Reveolution”. Uma cena ousada, de um beijo gay entre duas mulheres, foi ao ar, mas depois o SBT vetou a continuação da trama. Houve problemas de produção de sobra e pouco público para testemunhar o insucesso.

3. Domingo Espetacular: Uma reportagem agressiva de 39 minutos, sobre um fenômeno religioso encontrado em diferentes práticas neopentecostais, que o programa dominical da Record ironizou chamando de “cai-cai”, foi o momento mais baixo do jornalismo da emissora em 2011. As inúmeras mudanças de horário na grade, iniciadas em julho, levaram o “Jornal da Record”, o principal da emissora, a perder audiência e ficar atrás do SBT em alguns momentos.

4. Pânico: Num ano para esquecer, o humorístico foi vítima de uma “pegadinha” e fez publicidade gratuita para uma cerveja concorrente da marca que patrocina o programa. “As Tchecas” não foram o único vacilo do principal programa da RedeTV!. Numa ação que teve péssima repercussão, dois participantes invadiram o funeral da cantora Amy Winehouse. Em outra, que também pegou mal, o “Pânico” contou o final do livro de Jô Soares simplesmente porque ele não quis dar entrevista para o personagem Jô Suado, que o imita.

5. CQC: Ano ruim também para “o programa da família brasileira” exibido pela Band. O sinal de alerta veio logo na estreia, num show de bajulação ao ex-jogador Ronaldo. Prosseguiu com o veto das críticas feitas por Jorge Kajuru a Ricardo Teixeira. E chegou ao ápice com o afastamento de Rafinha Bastos por causa de uma piada e as críticas publicas de Marco Luque e Marcelo Tas ao colega de bancada.

6. João Sorrisão: Uma ideia aparentemente ingênua resultou em uma das cretinices do ano. O programa “Esporte Espetacular”, da Globo, convidou os jogadores da Série A a imitarem o jeito de balançar de um “João Bobo” na hora do gol – para os lados, para frente e para trás. Ao se dar conta do desastre e encerrar a promoção, a emissora pediu “criatividade” aos jogadores na hora de festejar. Enquanto durou, ao longo de dois meses, foram 66 os contemplados com uma réplica do “João Sorrisão” – 66 gols comemorados de forma idêntica.

7. Jogos Pan-Americanos: O investimento feito pela Record para a cobertura exclusiva do Pan em Guadalajara não foi suficiente para evitar a série de problemas e tropeços surgidos durante o evento. Excesso de ufanismo dos narradores, insistência no marketing da “câmera exclusiva”, transmissões anunciadas como “ao vivo”, mas exibidas depois, estão entre as muitas reclamações. Um dos poucos pontos positivos, a participação de Romário como comentarista de futebol, foi frustrada pelo fracasso da seleção brasileira no México.

8. Anderson Silva: Nada mais sintomático da falta de criatividade e imaginação da televisão brasileira do que a overdose de aparições do lutador em uma série infindável de atrações ao longo do ano. Anderson Silva foi convidado de honra de treze programas de televisão, de cinco emissoras diferentes. Não bastasse, ainda atuou em uma novela, dançou num clipe de Marisa Monte e foi mascote do Corinthians.

9. Faustão: Num dos momentos mais terríveis da televisão em 2011, o rei dos domingos na Globo falou, durante 27 minutos, sobre chulé, frieiras, unha encravada, calosidades e outras doenças no pé. A aula sobre o assunto teve direito à exibição de fotos horrendas, com closes em todo o tipo de deformação. A certa altura, diante de um dedo com um calo horroroso, o apresentador disse que a imagem o lembrava de um doce, um “beijinho”, e pediu para ver novamente.  “Ô louco!”, gritou.

10. Rock in Rio: O Multishow merece o crédito por ter exibido os principais shows do evento. Também mandou muito bem com uma câmera colocada estrategicamente na entrada dos bastidores, onde captou bons momentos do festival. Mas a emissora não se preparou à altura para a longa cobertura e deixou as suas duas apresentadoras, Didi Wagner e Luisa Micheletti, em situação constrangedora. Foi um show de erros, no qual a duas ex-VJs da MTV contaram com a ajuda inestimável do músico Beto Lee.

11. BBB11: Principal novidade da edição, a presença da transexual Ariadna não foi capaz de colocar fogo no reality da Globo, o mais longevo e rentável da TV brasileira. Um resumo? Muitas brigas, namoros arranjados, discursos sem pé nem cabeça de Pedro Bial e falhas técnicas grosseiras. Enfim, mais do mesmo. Para quem se recusou a sintonizar no programa, o perfil do diretor Boninho no Twitter foi uma ótima opção de divertimento.

12. A Fazenda 4: Como já havia ocorrido antes, o principal reality da Record começou muito animado e foi perdendo o pique até se tornar absolutamente tedioso. As causas? A estrutura engessada do programa, o despreparo da emissora e a obsessão pela audiência a qualquer custo. “A Fazenda” se tornou um reality absurdamente previsível, não apenas para os participantes como para o público.

13. Malícia: Apresentado pelo Multishow como uma “série picante”, conta no elenco com duas ex-participantes do BBB, Priscila Pires e Fani Pacheco. Na escala dos programas ruins da TV brasileira, enquadra-se na categoria dos inexplicáveis. Uma atração com grau de sensualidade abaixo da média, nenhum nexo, roteiro quase inexistente e interpretações desastradas.

14. Claudia Leitte no Miss Universo: Realizado pela primeira vez no Brasil, o concurso exibido pela Band com produção de um grupo americano reproduziu exclusivamente os clichês a respeito do país. O maior mico do espetáculo foi o número musical apresentado por Claudia Leitte. Cantando em inglês e em espanhol, cercada por bailarinos sem camisa, a cantora pode ter achado que era uma oportunidade de mostrar o seu talento para o mundo, mas foi apenas ridículo.

15. Legendários: Desfigurado em relação à proposta original, que já era ruim, o programa de Marcos Mion encontrou em 2011 a receita para levantar a audiência: ficar pior ainda. O apresentador se esqueceu da proposta de “tentar mudar o mundo” e investiu na exibição exaustiva de imagens dos programas da Record. Elcio Coronato, astro do “jornalismo justiceiro”, conseguiu apanhar de umentrevistado. Ele se justificou dizendo que faz “testes comportamentais”.

16. Moralismo na Globo: Sob o argumento que “não era compatível com os padrões morais atuais do país”, a abertura da novela “Mulheres de Areia” foi refeita para o Vale a Pena Ver de Novo. A trama de Ivani Ribeiro havia sido exibida originalmente no horário das 18h em 1993 e reapresentada uma vez, no horário vespertino, no final de 1996. Tudo indica que, pelo mesmo motivo, ou seja, moralismo, a série “Aline” tenha sido cancelada  no meio da temporada, faltando exibir três episódios já prontos.

17. Programação infantil do SBT: Com o fim da “TV Globinho” em 2012, a emissora de Silvio Santos vai reinar absoluta neste segmento. Tomara que tenha aprendido algo com a multa de R$ 1 milhão que tomou este ano, do Ministério da Justiça, por publicidade infantil disfarçada. Programas do SBT, como “Bom Dia & Companhia” e “Carossel Animado”, fazem o chamado merchandising durante a exibição de jogos, o que é proibido.

18. Projeto Fashion: Figura que, há anos, atrai os holofotes por motivos e talentos, a rigor, desconhecidos, Adriane Galisteu viu-se, mais uma vez, diante do desafio de comandar um programa na Band. A atração, um reality show bem produzido, foi um fracasso completo de audiência. Já Galisteu não acrescentou nada. Dura, sem jogo de cintura, sem graça, lendo o texto que lhe coube, a apresentadora, mais uma vez, não disse a que veio.

19. Aprendiz: A final da oitava edição foi um bom resumo dos problemas deste reality da Record. Nervoso, João Dória Jr. trocou Amapá por Macapá e citou como patrocinadora uma marca, na verdade, concorrente de quem apoiava o programa. Na decisão pelo prêmio de R$ 1,5 milhão, uma candidata que não sabia falar inglês teve que provar seu talento nos Estados Unidos.

20. Xuxa: A Globo deu mais uma chance para a apresentadora em 2011, mas não funcionou. Em outro horário, vespertino, a ex-rainha dos baixinhos saiu em busca de um novo público, mas não o encontrou. Quase um “Vídeo Show”, as principais atrações do programa se limitam a promover atores e atrações da grade da Globo. Pelo excesso de bajulação ao fazer 40 anos e pelos erros grosseiros cometidos, Luciano Huck e seu “Caldeirão” também mereciam um tópico nesta lista, mas não houve espaço.

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