1 de maio de 2013

#19 anos sem Ayrton Senna–Uma justa Homenagem!

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Todo 1º de maio é assim. Menções ao Dia Internacional dos Trabalhadores de um lado, lamentos e rememorações da morte de Ayrton Senna do outro. Difícil achar algo que já não tenha sido dito e estudado a respeito da carreira, das conquistas, da personalidade e do acidente fatal do tricampeão mundial, falecido naquele fatídico domingo em Ímola.

Nesses momentos, o mais comum é lembrar daquelas grandes corridas clichês, como os GPs de Mônaco de 84, do Japão de 88, do Brasil de 91 e 93, ou da Europa de 93. Isso fora as decisões dos títulos de 89, 90 e 91, todas em Suzuka. É óbvio que o douto leitor deve saber tudo isso de cor e salteado.

Portanto, para tentar fugir um pouco do senso comum e fazer uma justa homenagem a um dos maiores pilotos de todos os tempos, o Blog do Tazio relembra cinco outros momentos geniais de Senna nas pistas da F1, mas que, devido à falta de chuva, ultrapassagens marcantes ou recuperações mirabolantes, acabaram ficando em segundo plano na tão laureada carreira do paulistano.

GP DE PORTUGAL DE 1984

Quando se fala na campanha de 1984, todas as atenções recaem automaticamente sobre o chuvoso e caótico GP de Mônaco. Mas Senna já mostrava um piloto diferenciado também em condições de pista seca, especialmente na metade final da temporada, quando Rory Byrne acertou de vez a mão no modelo TG184 da Toleman.

Com um carro bastante ajeitado, Ayrton teve um desempenho muito sólido no GP de Portugal, rodada de encerramento do ano. O bom resultado começou a ser construído ainda nos classificatórios, quando ele obteve o terceiro melhor tempo, atrás apenas dos futuros desafetos Alain Prost e Nelson Piquet.

Apesar de ter arrancado bem, Senna ficou encaixotado atrás de Piquet e acabou superado por Keke Rosberg e Nigel Mansell, indo parar em quinto. Como Nelson rodou ainda na passagem de abertura, ele se posicinou em quarto até a volta 18, quando ultrapassou Keke Rosberg.

Depois, com ritmo sólido, foi superado apenas por Niki Lauda, herdando posteriormente o lugar de Mansell, que sofreu um problema nos freios, para terminar no pódio pela terceira vez na carreira, em terceiro. A grande atuação, entretanto, acabou ofuscada, graças à brilhante prova de Lauda, que saltou de 13º para segundo e assegurou o tricampeonato por meio ponto em relação a Prost, o amargo vencedor daquele domingo.

GP DA AUSTRÁLIA DE 1985

No mundo do automobilismo, quando alguém te apelida de Gilles Villeneuve é porque você pode ter visitado tanto o céu quanto o inferno, isso se não fez os dois praticamente ao mesmo tempo. Este é um bom resumo do que fez Ayrton Senna no GP da Austrália de 85.

As estripulias do competidor da Lotus começaram quando ele espremeu a Williams de Nigel Mansell para fora da pista logo após a largada. Ainda nos giros iniciais, o futuro tricampeão alternou voltas mais rápidas com uma perigosa escapada de pista na entrada da reta Brabham, que quase lhe levou a bater.

A seguir, veio uma abalroada na outra Williams, de Keke Rosberg, que provocou danos em sua asa dianteira. Como o incidente se deu logo após a entrada dos boxes, Senna teve que dar uma volta extra ao estilo Villeneuve com o aerofólio avariado. Ao chegar novamente naquele ponto, ele acabou errando oponto de freada e foi parar na grama.

No fim, Ayrton até tentou se recuperar para a zona de pódio, mas exigiu demais do equipamento e sofreu um superaquecimento no motor, que o levou ao abandono. Mas não sem deixar a impressão de piloto destemido e extremamente arrojado, algo que o acompanharia pelo resto da carreira e geraria ótimos frutos, assim como alguns entreveros.

GP DO MÉXICO DE 1989

Muito pouco lembrado pelos fãs de Ayrton, o GP do México de 1989 representou uma das mais contundentes vitórias do brasileiro sobre o arquirrival Alain Prost na intensa rivalidade entre ambos na McLaren. Um mês antes, o duelo entre os dois gênios havia sido totalmente inflamado após a controversa ultrapassagem do brasileiro sobre o francês na relargada do GP de San Marino, atingindo portanto o auge das trocas de farpas e indelicadezas.

Pouco antes da largada no circuito Hermanos Rodríguez, o Brasil havia visto Emerson Fittipaldi faturar pela primeira vez as 500 Milhas de Indianápolis, após um final dramático e polêmico contra Al Unser Jr. Para os torcedores mais pachecos, só aquilo já seria motivo de sobras para sorrisos de orelha a orelha.

Mas ainda faltava outra exibição de gala. A sorte se mostrou ao lado de Senna ainda antes da prova, quando ele escolheu largar com pneus duros do lado direito e macios do esquerdo, enquanto Prost arriscou usar um jogo totalmente mais mole. Nos minutos iniciais, o então bicampeão até que pressionou o companheiro, mas Ayrton estava no controle da situação e começou a abrir a partir da volta 11, consolidando sua liderança.

Os compostos de Prost logo foram ao espaço e ele teve de fazer duas paradas, contra nenhuma do colega. Nesse ínterim, Senna chegou a aplicar uma volta sobre o novo inimigo, algo que Alain conseguiu recuperar no final, já calçado com borrachas novas e detendo um melhor ritmo.

Mas não deixou de ser um triunfo acachapante do paulista, que ratificou uma sequência de três vitórias seguidas e 100% de voltas na liderança. Senna despontava como favorito absoluto ao bi, algo que acabou desconstruído graças a uma sequência de reveses nas etapas sequentes.

GP DA HUNGRIA DE 1991

Nas quatro provas anteriores à da Hungria em 1991, Senna teve de amargar um domínio absoluto das Williams, que começavam a despontar como fortes concorrentes na briga pelo campeonato. Com três triunfos seguidos, Nigel Mansell era o adversário mais próximo dele na pontuação, já a perigosos oito tentos de alcançá-lo.

Por isso, o brasileiro fazia pouca questão de esconder seu descontentamento com a McLaren, exigindo publicamente um plano de evolução do modelo MP4-6. As cobranças consistiam em novidades aerodinâmicas e um carro menos beberrão, já que ele abandonara as duas últimas provas por pane seca. Para a etapa magiar, a escuderia de Ron Dennis atendeu aos seus anseios e disponibilizou uma série de atualizações, que surtiram bom efeito.

Provido dessas melhorias, Senna chegou a Budapeste com o espírito de “ou eu venço e freio essa virada, ou dou adeus ao caneco”, e por isso demonstrou grande concentração desde os treinos livres, enfiando 1s2 em cima de Riccardo Patrese para ficar com a pole.

Antes da partida, Ayrton contrariou as previsões da Goodyear e optou por largar com compostos macios do lado direito e médios do esquerdo, enquanto todos os demais clientes da fábrica usavam somente a borracha de tipo C (média). Dada a luz verde, Senna viu Patrese arrancar melhor e tomar a preferência da curva por dentro, mas decidiu ignorar o zelo aos pneus e jogar tudo na freada da curva 1, travando as rodas e espremendo o italiano de forma até demasiadamente dura para sustentar a ponta.

Feito isso, o então bicampeão partiu para mais uma prova de inteligência, administrando o consumo da borracha enquanto se segurava dos ataques de Patrese. Passadas 40 voltas, Riccardo desistiu e cedeu lugar para que Mansell pressionasse o latino. Mas Ayrton se aproveitou da potência do motor V12 da Honda para evitar qualquer emparelhamento na reta, chegando à quinta vitória no ano e voltando a respirar na tabela de pontuação.

CLASSIFICAÇÃO PARA O GP DA AUSTRÁLIA DE 1993

O GP da Austrália de 93 marcava a despedida de Senna da McLaren antes de sua mudança para a Williams. Aproveitando o arrefecimento da equipe de Alain Prost e Damon Hill, que já havia assegurado as duas taças daquela temporada, o brasileiro desembarcou em Adelaide disposto a sair em alto estilo da esquadra que lhe deu os três títulos, e começou a demonstrar isso logo na classificação.

Àquela altura, ele saiu à pista com uma carga bastante baixa de combustível em sua última tentativa no sábado, que acabou sendo considerada pequena demais pela cúpula do time, que exigiu seu retorno imediato aos boxes para evitar uma pane seca.

Mas o rádio decidiu parar de funcionar logo naquele momento e, sem comunicação, Senna continuou descendo a bota, para um quase surto do chefe Ron Dennis no pitwall. No fim, Ayrton conseguiu completar a volta e marcou 1min13s371, que lhe rendeu a única pole position daquele ano e 62ª da carreira.

Veja o artigo original com videos clicando aqui.

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