A Rede Globo estreou em 2008, juntamente com a nova programação, a sua nova marca. Com isso, o designer austríaco Hans Donner, mais uma vez acompanha, através dos seus grafismos, a evolução da televisão brasileira, assim como vem fazendo desde 1975 quando iniciou seus trabalhos na maior empresa de televisão do país. Auxiliado pelo desenvolvimento da computação gráfica e pelo advento do videoteipe, Donner introduziu uma nova linguagem visual não só a Rede Globo, mas a toda a televisão aberta, efetivando assim, a importância do design gráfico televisivo no Brasil.
A introdução da ilusão da terceira dimensão na programação visual da TV Globo foi um dos principais avanços promovidos por Donner. Graças aos cálculos das mais caras, importadas e modernas máquinas computadoras, possibilitou-se o uso da cor na simulação de volume, texturas metálicas, refrações e reflexos em vidro, feixes de luzes coloridos, sombras e brilhos. Além disso, os movimentos destes elementos ganharam profundidade e perspectiva.
Substituia-se assim, as formas simples com cores chapadas e contrastantes das vinhetas psicodélicas da década de 60 e 70. Os contrastes eram necessários, já que as vinhetas ainda eram vistas em tons de cinza pela maioria dos telespectadores em aparelhos em preto e branco.
Vinheta da década de1970
Com a chegada de Hans Donner, claramente inspirado no universo futurista, a emissora carioca começou a construir uma forte ligação com a velocidade, o movimento, o futuro e a tecnologia. A Rede Globo acabou se mostrando como uma empresa que está sempre à frente do seu tempo, “antenada” e atualizada aos mais recentes avanços tecnológicos da informação e comunicação. “Recursos tecnológicos de última geração e know-how desenvolvido internamente por seus profissionais das mais diferentes áreas elevaram a Globo ao posto de principal fornecedor de imagens do Brasil para o exterior e para o próprio país”, é como se descreve a emissora em seu site.
Neste contexto, a marca da emissora é, sem dúvida, o principal elemento que permeia todas essas vinhetas institucionais, e com isso, caracteriza o decorrer dessa evolução. A primeira marca da TV Globo era uma representação minimalista de uma rosa dos ventos (ou um cata-vento), criado pelo designer Aloísio Magalhães em 1965. Posteriormente a rosa dos ventos foi logo substituída em 1970 por um elemento simbólico com uma relação mais evidente com o nome da empresa – um globo terrestre estilizado – criado pelo cartunista Borjalo. Quando a TV Globo se tornou uma Rede em 1974, a forma circular se multiplicou em várias para representar essa mudança. Mas foi em 1975, com Hans Donner, que a identidade começa a assumir a forma atual. Através de alguns rabiscos sobre um guardanapo durante um vôo de avião, um “novo globo” com luzes e sombras surgia, se tornando o novo símbolo da Rede Globo.
O novo símbolo é formado por uma esfera contendo uma abertura quadrangular de cantos arredondados, desvendando uma outra esfera menor. A “abertura” do globo faz uma clara alusão a uma tela de televisão devido ao seu formato. Já as duas esferas, agora com luz e sombra, representam simbolicamente o mundo em dois contextos televisivos. Ou seja, é como se a emissora fosse uma representante do mundo, e por isso, utiliza o próprio mundo como o principal conteúdo (ou inspiração) de sua programação.
Evolução da marca
Com a evolução da computação gráfica e a popularização de televisão em cores, a marca começou a ganhar cada vez mais efeitos, brilhos e atributos cromáticos para demonstrar o avanço técnico e estético da emissora. Além de sempre revitalizar seu padrão hightech (alta tecnologia), essas modificações foram trazendo à marca valores subjetivos importantes como a emoção, a imponência e o espetáculo, evitando qualquer relação com a frieza e a distância que o metal e o vidro pudessem trazer.
Todos esses conceitos e características são ressaltadas nas mais variadas vinhetas institucionais apresentadas ao longo dos anos. Sempre com a idéia de uma televisão representante, participante ou espelho do próprio planeta e de seus elementos culturais, naturais, etc. Em algumas delas de forma abstrata e, em outras, de forma direta e figurativa.
A internet, a interatividade e os conceitos de televisão digital trouxe novos rumos a televisão brasileira. Diante disso, a equipe de criação de Hans Donner e a Rede Globo não podiam deixar de evidenciar, atráves de seu símbolo, esse novo processo evolutivo. Com isso, a abertura quadrangular ganhou um formato wide (16:9), assim como o utilizado pelas novas televisões. Com as mudanças, essa nova “tela” também recebeu uma “maior definição”. O degradê colorido que a compõe, agora em high definition, não são mais formados por formas triangulares e sim, por linhas horizontais. Além disso, o conceito high-tech acompanhou as tendências estéticas atuais e recebeu um ar mais limpo e leve, com efeitos inspirados naqueles utilizados pelas interfaces de sistemas operacionais e na web. O símbolo da Rede Globo acabou tornando-se, de certa forma, um grande botão. Com isso, os telespectadores podem também se tornar usuários desse mundo, agora menos distante por conta dos novos meios interativos. E tudo isso, segundo o próprio Hans Donner comentou durante a apresentação da marca no Fantástico, vêm sorrindo através de um “sorriso” subliminar produzido pelos efeitos metálicos da esfera. Mais uma vez nota-se a necessidade da Rede Globo de se mostrar sempre à frente através da tecnologia e qualidade, sem abrir mão de tornar cada vez mais explícito a importância do seu valor emocional.
Antigas vinhetas institucionais
A Rede Globo não foi a única emissora a utilizar esta estética na sua identidade visual. Aliás, segundo Donner em seu livro Hans Donner e o seu Universo, por conta da ousadia e dos investimentos da emissora, ele foi o primeiro designer a usar essa tecnologia na televisão. Denominando-os de videographics (videografismos), seus trabalhos serviram de referência internacional, como Estados Unidos e Europa. E esse pioneirismo mundial obviamente influenciou as suas concorrentes no Brasil. Em uma análise rápida nos símbolos de suas concorrentes – SBT e Record – verificam-se muitos atributos em comum, como a tridimensionalidade, o uso de efeitos de luz, sombra e reflexos, além do próprio elemento circular ou esférico presente em todos eles. Pode-se dizer, portanto, que essa estética futurista não se ateve só a Globo, mas a toda a televisão brasileira.
Comparação com as marcas concorrentes
A internet, a interatividade e os conceitos de televisão digital trouxe novos rumos a televisão brasileira. Diante disso, a equipe de criação de Hans Donner e a Rede Globo não podiam deixar de evidenciar, atráves de seu símbolo, esse novo processo evolutivo. Com isso, a abertura quadrangular ganhou um formato wide (16:9), assim como o utilizado pelas novas televisões. Com as mudanças, essa nova “tela” também recebeu uma “maior definição”. O degradê colorido que a compõe, agora em high definition, não são mais formados por formas triangulares e sim, por linhas horizontais. Além disso, o conceito high-tech acompanhou as tendências estéticas atuais e recebeu um ar mais limpo e leve, com efeitos inspirados naqueles utilizados pelas interfaces de sistemas operacionais e na web. O símbolo da Rede Globo acabou tornando-se, de certa forma, um grande botão. Com isso, os telespectadores podem também se tornar usuários desse mundo, agora menos distante por conta dos novos meios interativos. E tudo isso, segundo o próprio Hans Donner comentou durante a apresentação da marca no Fantástico, vêm sorrindo através de um “sorriso” subliminar produzido pelos efeitos metálicos da esfera. Mais uma vez nota-se a necessidade da Rede Globo de se mostrar sempre à frente através da tecnologia e qualidade, sem abrir mão de tornar cada vez mais explícito a importância do seu valor emocional.
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