O “Big Brother Brasil” segue sua trajetória na tv com as velhas polêmicas que surgem após uma festa regada a muito álcool, brigas entre os participantes, provas pela liderança, torcida do telespectador e eliminações. Como em edições anteriores, basta o circo pegar fogo para as pessoas assumirem que acompanham o reality show e anunciarem suas torcidas. Hoje, o público se divide entre Dourado, Cacau e Lia, os três emparedados da semana. Assisto ao “Big Brother Brasil” por obrigação profissional (não tenho problemas em assumir publicamente o que gosto ou não como telespectador) e fico atento à reação do telespectador, a parte mais interessante de um reality show.
Como compreender o envolvimento do público com o Dourado, um cara que demonstra muitos preconceitos? Por que ele é apontado como o favorito ao R$ 1,5 milhão? Também não há muitas explicações muito lógicas para as defesas que ouvi de Lia, participante que vive arrumando confusão. Acredito (posso não estar certo) que o telespectador prefere os participantes que esquentam o programa com suas personalidades fortes e muitas brigas e rejeita o “boa praça”, a amiga de todos, os mocinhos… Não sei se o que acontece na casa é 100% real e espontâneo porque todos que estão ali pensam em suas carreiras, nas revistas e nos 15 minutos de fama. Mas é possível afirmar que o “Big Brother Brasil” reflete a personalidade de quem vota em casa e, neste sentido, o público é muito mais conservador do que possamos imaginar.
A discussão sobre diversidade sexual e comportamental é outro ponto que merece reflexão. Até o momento, o “Big Brother Brasil” perdeu boas oportunidades para quebrar preconceitos porque ficou preocupado em deixar todo mundo fora do armário e expor as preferências de cada participante. O problema está na insistência, porque de forma natural a diversidade se transformaria na conversa do telespectador em casa.
* Foto: Frederico Rozario/Globo
Por José Armando Vannucci em 2 de março de 2010
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