Da forma como a Record promoveu A Fazenda 5 durante as chamadas, por um momento o telespectador acreditou na falsa promessa insistente da emissora ao dizer que o programa seria "um reality show de verdade". O que se vê, desde a estreia na terça-feira (29), são ideias já acompanhadas no próprio programa, e outras, copiadas sem o menor pudor do BBB da Globo. Em suma, muito barulho para pouco espetáculo.
O reality, dirigido por Rodrigo Carelli, tem nos seus integrantes um ponto positivo, exatamente como a atração exige. Deu de tudo: desde ex-panicat, travesti, escritora e até árbitro de futebol. Todos, apesar de serem considerados subcelebridades em busca de uma 10° chance na fama, são apontados pelo público como mais conhecidos do que os integrantes das edições anteriores.
Ângela Bismarchi, Léo Áquila, Nicole Bahls, Rodrigo Capella, Vavá, Robertha Portella, Diego Pombo, Felipe Folgosi, Shayene Cesário, Simone Sampaio, Gretchen, Gustavo Moraes, Lui Mendes, Penélope Nova, Sylvinho Blau Blau e Viviane Araújo ficarão confinados em busca do prêmio de R$ 2 milhões. O time, considerado de peso, é estratégia da Record para fisgar o público rapidamente.
Aliás, engana-se quem acha que esta foi a única estratégia da emissora. A Record, que não é boba nem nada, estreou A Fazenda 5 exatamente dois segundos depois que Avenida Brasil, da Globo, encerrou o capítulo com seus 42 pontos de audiência*. O motivo, visivelmente arquitetado, é de que a emissora de Edir Macedo é escrava da programação da Globo e não ousa bater de frente com o maior ibope da família dos Marinho.
Mas isso ainda é pouco. Obcecada pela audiência, a Record modificou a data de estreia do reality em três semanas para não confrontar com Gabriela. No primeiro dia de exibição, esticou até onde deu o Jornal da Record, programado para terminar às 21h15, mas que ficou no ar até às 21h38. Depois, encurtou o capítulo da reprise de Vidas Opostas sem nenhum aviso prévio ao telespectador. Decidiram horas antes, transformando a grade de programação num caos. No segundo dia da atração, aproveitou-se do fato da Globo ter adiantado Avenida Brasil para exibir o amistoso Brasil X EUA, e colocou o reality para às 21h.
O que conseguiu em meio a tanto malabarismo foram os 17 pontos de audiência também alcançados na estreia da edição anterior, porém abaixo do esperado. A direção tinha meta traçada de 20 pontos no ibope e acabou ficando em segundo. Para piorar a situação, na quinta-feira (31), o ibope despencou para 5 pontos. "Estamos toda hora em segundo lugar na audiência, A Fazenda dançou, ganhamos da Fazenda", comemorou Ratinho ao vivo durante seu programa no SBT.
Durante chamadas prévias, desesperada por conta dos altos investimentos e patrocinadores, a emissora paulista chegou a dizer que A Fazenda é “um reality acima de qualquer suspeita”, alfinetando a Globo ao fazer referência ao BBB12 que acabou na polícia por conta de uma suspeita de estupro. Embora a polêmica também pairasse por ali.
Logo na estreia, Britto Júnior levou um tremendo susto. Ao vivo, ele perguntou a Angela Bismarchi como ela faria para sobreviver sem sexo, já que ela confessa ser necessário transar 30 vezes por mês. Imediatamente, a modelo, que se diz "polêmica por falar o que sente e o que faz", não prolongou conversa e comentou: “A gente precisa encontrar um lugarzinho pra se masturbar”.
O comentário nada discreto da modelo, seguido pelas dúvidas de quem assiste, querendo saber como o travesti Léo Áquila manterá a produção na roça, fez o reality ter excelente repercussão no Twitter.
Entretanto, existe uma divergência no tal slogan “reality de verdade”. Primeiro pelo fato do programa não ter hora certa para começar e nem para acabar, seguido pela separação do grupo em duas casas (a sede e o celeiro) que chega a lembrar, e muito, a famosa divisão que acontece no começo do BBB. Nada ali é novidade.
Foi extremamente cansativo ouvir Britto Jr repetir a cada aparição que o programa teria “muitas novidades”, que “tudo vai ser diferente” e haverá “muitas surpresas”. Além, de variar na frase "Não tenha dúvida, tudo vai ser diferente mesmo!"
É possível concluir, a partir de uma série de problemas nos bastidores que, para não sair da boca do povo em rodinhas de conversa e a Record finalmente conquistar a tão sonhada liderança, A Fazenda precisa melhorar a estrutura do programa, ter uma equipe de primeira, uma edição menos engessada e fazer mais do que falar.
Para não perder o costume, Brito Júnior, pior que está não pode ficar. Ou o apresentador entra de cabeça no jogo e se mostra dinâmico, ou ele será o próximo eliminado do programa. Falta nele o que Bial tem de sobra, até inventaram uma narração com texto claramente feito pela produção. Não soa natural. Por vezes, a gente se sente instigado a mudar o canal.
Espero que atole até o pescoço. A recurd merece o fracasso.
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