A hashtag #ConfioEmDilma está sendo usada ironicamente
Fonte: Jamile de Oliveira - Portal da Metrópole
Quem se conecta no Twitter e vê entre os Top Trends a hashtag #confioemdilma, pode pensar que a comunidade twitteira apóia a presidenta. Ledo engano, alguns poucos minutos correntes observando o movimento são suficientes para constatar que a maioria dos usuários não confiam, de fato, nas últimas decisões tomadas pela presidenta. A culminância da onda de polêmicas foi a determinação de que o ‘kit’ anti-homofobia passasse por uma revisão antes de começar a circular.
Os primeiros meses da administração de Dilma Roussef tiveram um saldo positivo. Decisões acertadas para frear a inflação, sobriedade e discrição foram os pontos fundamentais para que Dilma encerrasse o primeiro bimestre de seu governo sem escândalos ou críticas incisivamente negativas.
No entanto, nas últimas semanas, eclodiu na mídia a denúncia de que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. O ex-presidente Lula tentou recentemente disseminar a sua teoria da conspiração, afirmando que o PSDB (principal representante da oposição) faria parte de um complô contra a presidenta. Dilma, por outro lado, isentou-se de qualquer manifestação até que, nesta quinta-feira (26), afirmou temer uma ‘politização’ do caso.
Simultaneamente, Dilma sofreu sua primeira derrota na Câmara, quanto à reforma do Código Florestal, e vetou a circulação do ‘kit’ anti-homofobia.
O veto foi a decisão que mais indignou a população, de modo que, durante todo o dia 26 (quinta-feira), a hashtag #confioemdilma esteve no topo dos termos mais utilizados pelos tuiteiros do Brasil. A maioria dos usuários tem utilizado a expressão ironicamente, ou para criticar de forma direta a presidente e o PT.
O fato de o perfil de Dilma Roussef no Twitter estar praticamente desativado contribui para as críticas. Enquanto candidata, o @dilmabr esteve a todo vapor. Fica muito claro para o eleitorado que se tratava meramente de uma estratégia comunicativa, já que desde dezembro de 2010, o perfil não ‘se manifesta’. Tratou-se, portanto, de uma tentativa eleitoreira de aproximar a candidata do público que utiliza o microblog.
Movimentos políticos via redes sociais são a nova tendência, mas, felizmente, o que se diz por lá, tem permanecido por lá. Certamente, em algumas horas, os ‘twitteiros’ de plantão já terão se esquecido de Dilma para voltar a discutir os assuntos costumeiros.
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